segunda-feira, 29 de agosto de 2011

APOLOGIA AO JUMENTO



Quem nasce no nordeste e leva Nascimento no nome, sabe que certamente algum engraçado fará sua relação com o jumento. É tiro e queda. “Flávia Gomes do Nascimento, puxa o rabo do jumento!”. Perdi as contas do tanto de vezes que essa “graça” foi feita comigo. E inocente, eu ia ficando triste, acabrunhada pelos cantos. Afinal, também é chamado de jumento aquele que se quer humilhar, titular de ignorante, de um bregueço qualquer.  Agora me diga: alguém teria simpatia pelo bicho ou por um sobrenome desses? É muito provável que não.

Mas pra quem tem Luiz Gonzaga do Nascimento como referência – que é o meu caso – o jumento passou de um grande tormento, para um ato de contentamento, admiração. Afinal, entre tantas utilidades – carregar lenha, madeira, pedra, cal, cimento, tijolo, telha, água – o bichinho é um animal sagrado, serviu de transporte pra Nosso Senhor quando criança. Se você olhar, todo jumento tem uma cruz nas costas. Não tem esse que não tenha. E sabe por quê? Dizem que foi ali que o menino Jesus fez xixi e consagrou o animal. Vai saber...

Bem, pra não render tanto a prosa e deixar que a música justifique o argumento, seja por fé ou serventia, a verdade é que Seu Luiz, o Gonzaga do Nascimento, para muito além da poesia, tá é bem coberto de razão: o jumento tem valor, ele é o nosso irmão, o maior desenvolvimentista do Sertão! 
 



3 comentários:

  1. Flavinha,

    Em tempos de combate ao bullyng, muito bom assumir todos os nossos lados, tirar debaixo do tapete nossos medos, nossos velhos apelidos...!
    Sua crônica me inspirou. Vou responder em "eco" lá no blog Midia e Questão Social (http://midiaequestaosocial.blogspot.com/)! beijo e continue abrindo caminho criativamente! Estamos dentro! ;-)

    Mione Sales*

    ResponderExcluir
  2. Olá Flávia Nascimento, ao meio dia de uma sexta-feira, treze, às badaladas de um sino, certamente foi bom sinal... é máximo! Parabéns pela crônica e por resgatar a imagem do jumento - animal, especial desde idos tempos. Precisamos mesmo lembrar que eles estão sendo abandonados, trocados por novos transportes como motos. É pena, pois não poluem e nem causam desastres que colocam em risco tantas vidas.
    Obrigada por seguir o Cordel de Saia, vamos ficar atentas ao seu blog.
    Abraço,
    Rosário Pinto
    cordeldesaia@gmail.com

    ResponderExcluir
  3. WHEN THE TEMPEST FALLS

    When the tempest falls
    Seeds of tears wet the ground
    Carrying in their wombs
    The fruit of a new life:
    LOVE!

    Happiness will win the sadness
    And overcome the rage.
    Passion will conquest the madness,
    Exceeding hearts with hope.

    ...And the tempest falls again,
    Carrying in its womb
    The embrio of a new war:
    THE FREE WILL!

    A fruit of a new sin,
    Disagreement of a new age...
    ================================

    (*By: Agamenon Troyan)
    This is a translated excerpt of my poem & short tales book (O Anjo e a
    Tempestade) aka (The Angel and the Storm)


    SKYPE: tarokid18

    ResponderExcluir